O que significa Fair Trade? É sobre pagar mais aos trabalhadores ou garantir que os agricultores e funcionários estão sendo bem tratados? É como o comércio direto, ou é algo mais?

Conforme a certificação se torna mais popular, mais e mais fornecedores estão cientes do conceito, mas muitos parecem ter um entendimento superficial do conceito como um todo.

Nesse artigo, trazemos um guia completo sobre o que esse termo significa, sua importância e benefícios.

O que é Fair Trade?

O Fair Trade (Comércio Justo) é um movimento social e abordagem que visa ajudar os produtores dos países em desenvolvimento a obter melhores condições comerciais e promover a sustentabilidade.

O movimento defende o pagamento de um preço mais alto aos produtores, assim como padrões sociais e ambientais.

Ele se concentra especialmente nas exportações dos países em desenvolvimento para os países desenvolvidos, principalmente no artesanato, café, cacau, açúcar, chá, bananas, mel, algodão, vinho, frutas frescas, chocolate e flores.

Essencialmente, é o movimento social que visa fazer com que as nações desenvolvidas paguem um “preço justo” pelos bens produzidos nos países em desenvolvimento.

Quando um produto é certificado como Fair Trade, uma organização de certificação de comércio justo garante que o produtor adere a um conjunto de padrões sociais, econômicos e ambientais.

O órgão de certificação Fairtrade International supervisiona inúmeras outras organizações de certificação de comércio justo em todo o mundo.

Isso inclui a Organização Mundial de Comércio Justo (WFTO) e a Associação Européia de Comércio Justo.

Na América do Norte, a organização sem fins lucrativos Fair Trade USA é a maior certificadora de produtos de comércio justo e trabalha com mais de 1.000 empresas para investigar e certificar que seus produtos estão em conformidade com os princípios do comércio justo.

Quais são os princípios fundamentais do Fair Trade?

O movimento do Fair Trade se desenvolveu como um “movimento de base”, o que significa que envolveu muitas pessoas e não foi uma invenção de uma única pessoa.

Nos primeiros momentos do Fair Trade, vários princípios foram coletados para garantir que o movimento estivesse no caminho certo e focalizado, esses princípios centrais são:

• “Comercialize, não auxilie”. Esta é uma frase que resume a crença de que as pessoas deveriam ser capacitadas para melhorar suas circunstâncias através do comércio, em vez de depender da caridade dos países mais ricos.
• Todos os produtores têm direito a condições de trabalho seguras e dignas, livres de qualquer tipo de discriminação.
• Para ser considerado Comércio Justo, as transações devem beneficiar todas as partes. Os acordos comerciais devem ser baseados na parceria financeira, na confiança e no crescimento mútuo.

De acordo com a Organização Mundial de Fair Trade (WFTO):

“O Fair Trade é uma parceria comercial, baseada no diálogo, transparência e respeito, que busca maior equidade no comércio internacional. Ela contribui para o desenvolvimento sustentável, oferecendo melhores condições comerciais e assegurando os direitos dos produtores e trabalhadores marginalizados – especialmente no Sul”.

O núcleo principal da WFTO, com a ajuda dos consumidores de todo o mundo, é se engajar ativamente no apoio aos produtores, aumentar a conscientização e fazer campanhas para mudanças nas regras e práticas sobre como o comércio é conduzido atualmente.

Como o Fair Trade funciona?

O conceito de Fair Trade é global.

Ele envolve muitas empresas em diferentes categorias de produtos, todas trabalhando arduamente para garantir que os agricultores e trabalhadores recebam os direitos humanos fundamentais.

Isso é conseguido através de um tratamento honesto e justo, ao mesmo tempo em que promove práticas ambientais sustentáveis.

Há uma transparência e responsabilidade desde a semente até a prateleira em cada etapa.

Aqui estão algumas dos passos mais comuns nessa jornada:

1. Formação de cooperativas: Normalmente, para se qualificar para a certificação de comércio justo, os trabalhadores rurais de comércio justo se associam a cooperativas de comércio justo organizadas democraticamente.

2. Auditoria por terceiros: Estas cooperativas – ou o embalador com quem trabalham – então pagam por uma auditoria para garantir que seus processos e cadeias de fornecimento estejam de acordo com os padrões do comércio justo. Uma vez aprovadas, elas são elegíveis para a certificação de comércio justo.

3. Certificação: Uma organização de certificação de comércio justo analisa a auditoria e concede ao embalador o uso de um rótulo de comércio justo, um processo semelhante à certificação orgânica.

4. Precificação: Após consultar produtores e compradores, a organização de rotulagem do comércio justo estabelece um preço mínimo que deve ser pago aos produtores pelos produtos do comércio justo. O preço cobre os custos de produção de sua cultura de forma sustentável, apesar das flutuações dos preços de mercado.

5 Benefícios do Fair Trade

O objetivo do movimento do comércio justo é assegurar que os agricultores e trabalhadores sejam adequadamente compensados por seus produtos.

Aqui estão alguns exemplos dos benefícios de adotar o Fair Trade

1. Sustentabilidade da renda

O Fair Trade ajuda os produtores a estabelecer preços mínimos, que ajudam a proteger os agricultores e trabalhadores do comércio justo contra preços de mercado erráticos.

Se o preço de mercado de uma mercadoria cair, o preço mínimo garante que os agricultores e trabalhadores ainda ganhem o suficiente para cobrir os custos básicos de vida.

2. Sustentabilidade ambiental

As normas de comércio justo promovem práticas agrícolas ambientalmente corretas e garantem que as fábricas tenham como objetivo reduzir as emissões e o uso de energia.

3. Desenvolvimento comunitário

O dinheiro extra arrecadado com Fair Trade é frequentemente depositado em uma conta bancária administrada coletivamente pelo grupo local de agricultores e trabalhadores do comércio justo.

A comunidade vota sobre como gastar esse dinheiro e pode tomá-lo como um bônus salarial ou investi-lo em melhorias comunitárias como sistemas de água limpa, hospitais e escolas.

4. Condições de trabalho seguras

Todos os agricultores e trabalhadores do comércio justo se beneficiam das horas de trabalho regulamentadas e de uma política que proíbe a discriminação, o trabalho infantil e o trabalho escravo.

5. Aquisição baseada em princípios

Os consumidores que se preocupam com os efeitos econômicos, ambientais e sociais de suas compras podem procurar o selo de comércio justo quando fazem compras e sabem que estão ajudando a contribuir para um mundo melhor.

Conclusão

Durante sua história de mais de 60 anos, como informa a Organização Mundial do Comércio Justo, o Fair Trade evoluiu para um movimento generalizado.

Graças aos esforços de organizações em todo o mundo, ganhou reconhecimento entre os políticos e as principais empresas.

Mais sucessos são de se esperar, à medida que as Organizações de Fair Trade se tornam atores mais fortes e as principais empresas se tornam cada vez mais sintonizadas com a demanda pelo Comércio Justo no mercado.

Se a sua empresa tem interesse em adotar o Fair Trade, é importante ter acesso a sistemas que suportem essa mudança.

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